Tu a noite havias de me escutar <br />A trovoada e o ar ambulante <br />Tu nessa margem hás de me virar <br />Para onde estão as intempéries dominantes <br />Toda essa honrada esperança ruirá na ardósia, <br />E destroçará o inverno que vocifera a teus pés. <br />Se bem que ardam os altares apaixonantes, <br />E que o sol deliberado faça ladrar a águia, <br />Tu avançarás mesmo assim na corda bamba <br />Repousando no assoalho de minha’lma <br />Por onde quer que minha alma navegue, <br />Ou ande, ou voe tudo, tudo será seu. <br />Flor rubra de pétalas em dobras <br />De onde escorre o mel que lambe de seus dedos <br />Sou o açúcar que lhe fortalece a vida <br />Que tranquila toda a sua parte, sempre, sempre delicada <br />Agora na alta proa que em duas pratas abre o azul profundo, <br />Descendo ao fundo ou subindo ao céu! <br />Oh, que branca e serena a alma <br />Dividida face que repousa seus lábios em dois vês <br />Magia branca que se apoderou de mim <br />Como rainha solitária e única, <br />Do meu império infindo!