Fonte: TSF <br />O antigo primeiro-ministro e ex-líder do PS afirma que «o mais trágico desta semana foi o PS colocar a intendência estatutária acima da política» e lamenta que a direção do partido não tenha convocado de imediato um congresso extraordinário. <br /> <br />Convidado do programa Bloco Central na TSF, José Sócrates afirma que «a questão da liderança está colocada em cima da mesa» e deve ser resolvida e clarificada com a marcação de um congresso extraordinário, de acordo com a «a cultura política de um partido onde a intendência sempre seguiu atrás da política». <br />Confessando que, enquanto secretário-geral, nunca teve grande tendência para estudar ou alterar os estatutos do PS, José Sócrates considera que «os congressos extraordinários servem para responder a situações extraordinárias, e esta é sem dúvida uma situação extraordinária». <br />Assumindo a defesa de António Costa, Sócrates considera que «todas as candidatura, dentro do PS, são candidaturas para servir o partido e o país», e que quem se disponibiliza para disputar uma liderança, porque entende que faz melhor do que o líder, nunca deve ser acusado de ambição ou vaidade. O antigo secretário-geral socialista afirma mesmo que a decisão de António Costa foi um acto de coragem «absolutamente legítimo», e que as acusações que lhe têm sido dirigidas, «seriam uma vergonha em qualquer partido». <br />Sublinhando que não está na política activa, José Sócrates afirma que, a haver eleições directas seguidas de congresso, «como militante de base, escolherei António Costa». Aliás, o antigo primeiro-ministro lembra que, desde que abandonou a liderança do PS em Junho de 2011, sempre defendeu que António Costa é a pessoa certa para liderar o partido. Na lista de elogios ao actual autarca de Lisboa, Sócrates destaca «a experiência e a maturidade política; alguém em quem os portugueses podem votar com confiança». <br />Este é um apoio que surge como natural, já que Costa e Sócrates sempre foram próximos. Em Setembro de 2004, José Sócrates chega à liderança do PS com o apoio expresso de António Costa, e quando o PS conquista a maioria absoluta, em Março de 2005, Costa deixa o cargo de eurodeputado, para assumir a posição de número 2 do executivo, com o cargo de Ministro de Estado e da Administração Interna. Em 2007, perante o cenário de eleições autárquicas intercalares em Lisboa, Sócrates escolheu Costa para a batalha eleitoral pela maior autarquia do país. <br />Paulo Tavares