Surprise Me!

O difícil equilíbrio orçamental da UE segundo o analista Daniel Gros

2014-10-14 3 Dailymotion

O braço-de-ferro sobre austeridade que opõe a Alemanha à França – as duas maiores economias da zona euro – marca a discussão sobre os orçamentos para 2015 dos membros da União Europeia (UE).<br /><br />A euronews pediu uma análise a Daniel Gros, sendo que o diretor do Centro de Estudos de Política Europeia (CEPE) considera que “a Alemanha deve fortalecer o lado da procura e a França deve apostar mais na produtividade, reforçando o lado da oferta”. <br /><br />“Infelizmente, há uma certa resistência política em França contra as chamadas reformas estruturais, enquanto que na Alemanha se defende menos despesa por parte do Estado. Entretanto, os consumidores deixaram de comprar e as empresas deixaram de investir, causando uma total paralisia das economias nacionais”, explicou.<br /><br />A terceira maior economia da zona euro é a italiana, mas também tem um crescimento previsto abaixo do 1% em 2015. <br /><br />Embora detenha um dos recordes europeus a nível de dívida pública, Daniel Gros pensa que “neste momento, não há um grande problema porque as taxas de juro estão muito baixas, mas o governo italiano sabe bem que tem de ter cuidado”. <br /><br />“O défice orçamental de Itália é muito mais baixo do que o da França e não é previsível que venha a aumentar. Basicamente, o governo italiano pretende gastar apenas a verba que vai conseguindo poupar devido às baixas taxas de juro”, acrescentou o analista.<br /><br />Para inverter a situação, o presidente eleito da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, pretende criar um fundo de investimento de 300 mil milhões de euros, mas o analista do CEPE não acredita no efeito impulsionador.<br /><br />“Há quase 20 ano tínhamos uma situação muito semelhante, de forte recessão, e nessa altura aplicou-se um enorme pacote de estímulo financeiro, equivalente aos 300 mil milhões de euros agora propostos. A nível político também foi anunciado como a grande solução mas, no final, foi apenas um plano de desenvolvimento das redes transeuropeias”, explicou Gros. <br /><br />“O investimento foi esticado ao longo de mais de duas décadas e, portanto, não teve o efeito que era esperado na altura e penso que o mesmo se vai passar agora”, remata o analista político.<br /><br />Os orçamentos apresentados serão um dado importante para a discussão sobre crescimento sustentável que os chefes de Estado e de governo da UE vão ter numa cimeira, na próxima semana, em Bruxelas.

Buy Now on CodeCanyon