Mais de três mil imigrantes morreram ao tentar cruzar o Mar Mediterrâneo, só este ano, e uma exposição no Parlamento Europeu, em Bruxelas, mostra alguns momentos dramáticos de um dos maiores desafios para essa região da União Europeia.<br /><br />Entre os vários autarcas que deram testemunho perante os eurodeputados, esteve o de Simi, na Grécia. <br /><br />Eleftherios Papakalodoukas disse que “a esquadra de polícia é o local onde ficam alojados temporariamente e as condições são dramáticas porque só tem uma casa-de-banho para cem ou 150 imigrantes. Não são dados os cuidados de saúde necessários porque só temos um médico”.<br /><br />Muitos dos que fogem da guerra e da pobreza, sobretudo do Médio Oriente e de África, também chegam à Turquia. <br /><br />O autarca de Edremit, Kamil Sake, queixou-se da falta de recursos: “Até há pouco tempo tínhamos imigrantes de passagem, mas agora entre cem e 150 instalaram-se de forma permanente e precisam muito de ajuda”.<br /><br />Depois da morte de quase 400 pessoas, que viajavam num só barco, ao largo da Lampedusa, há cerca de um ano, o governo italiano criou a Operação Naval Mare Nostrum, de vigilância e resgate.<br /><br />Filippo Maria Foffi, almirante ligado ao programa, explicou que “ninguém sabe ao certo quantos imigrantes partem para esta travessia mas, se tivermos um esquema de vigilância com pessoas e câmaras em alto mar e perto dos portos de saída, podemos detetá-las e intervir”.<br /><br />Este programa italiano que já salvou centenas de vidas termina a 31 de outubro. No dia seguinte, a missão passa para a agência europeia Frontex, mas há dúvidas sobre os recursos que terá para a levar a cabo.