Dez mil milhões de euros é quanto falta aos bancos europeus, após os testes de resistência do Banco Central Europeu (BCE) a 130 instituições.<br /><br />No total, 25 chumbaram. Desses grupo, 12 já aumentaram o capital (num total de 15 mil milhões de euros) e apenas 13 têm de o fazer nos próximos nove meses.<br /><br />Os maiores problemas foram detetados em Itália. Só o Banco Monte dei Paschi di Siena precisa de 2,1 mil milhões de euros de capital. <br /><br />O BCE detetou problemas em quatro bancos, mas segundo o Banco de Itália dois já agiram e apenas dois têm de aumentar o capital. <br /><br />Mesmo assim, Giovanni Sabatini, da Associação italiana de bancos, <br />considera: “Os resultados dos testes confirmaram a robustez e solidez do setor bancário italiano. Se juntarmos o cenário dos ‘stress tests’ ao que já aconteceu à economia italiana, com cinco anos consecutivos de recessão, ou seja, num cenário extremo, apenas dois bancos falharam nos testes.”<br /><br />Na Grécia, tal como em Chipre, três bancos não passaram nos testes. O Eurobank precisa de 1,7 mil milhões de euros. Os restantes muito menos. <br /><br />A jornalista Symela Touchtidou explica que “na Grécia, os bancos e o governo receberam com alívio os resultados dos testes de resistência. Os fundos adicionais que as instituições gregas precisam são mínimos. Como os bancos estão considerados suficientemente capitalizados, espera-se que comecem a financiar a economia real, enquanto o país luta para sair de seis anos de recessão”. <br /><br />Theodore Fessas, presidente da Federação empresarial helénica, acrescenta: “Vimos isto como um bom desenvolvimento, vai permitir aos bancos baixar as taxas de juro cobradas nos créditos às empresas. Dos habituais 5,6,7 ou 8% vão baixar para 2 ou 3% para coincidir com os juros cobrados às empresas europeias. Esperamos também que lidem com o crédito malparado, para que a economia grega saía do pântano financeiro onde está atolada e seja capaz de entrar na via do crescimento”. <br /><br />O BCP é o único banco português que chumbou. As necessidades de capital rondavam 1,1 milhões de euros. Mas o governo minimiza e destaca as medidas implementadas no último ano. Segundo Nuno Amado, presidente do BCP, “o banco teria passado os testes se fossem feitos tendo em conta os dados atuais e não os de dezembro de 2013”. <br /><br />Este foi o quarto teste aos bancos europeus. <br /><br />A agência de notação Moody’s evoca “um passo importante” para a criação do mecanismo único de supervisão credível.
