Não morreste, por mais que o brade á gente <br />Uma orgulhosa e van philosophia... <br />Não se sacode assim tão facilmente <br />O jugo da divina tyrania! <br /> <br />Clamam em vão, e esse triunfo ingente <br />Com que a Razão--coitada!--se inebria, <br />É nova forma, apenas, mais pungente, <br />Da tua eterna, tragica ironia. <br /> <br />Não, não morreste, espectro! o Pensamento <br />Como dantes te encara, e és o tormento <br />De quantos sobre os livros desfalecem. <br /> <br />E os que folgam na orgia impia e devassa <br />Ai! quantas vezes, ao erguer a taça, <br />Param, e estremecendo, impalidecem!<br /><br />Antero Tarquinio de Quental<br /><br />http://www.poemhunter.com/poem/quia-aeternus/
