O direito a viver na sociedade americana mas sem garantias de residência ou cidadania permanentes – foi essa a mensagem de Barack Obama enviada a milhões de emigrantes ilegais num discurso à nação norte-americana.<br /><br />A vida pode ficar mais fácil para mais de 4 milhões de pessoas. O risco de deportação será menor em certas condições.<br /><br />“Se está na América há mais de cinco anos, se tem filhos que são cidadãos americanos ou residentes legais, se se registar, se passar por um controlo do cadastro criminal e se estiver disposto a pagar a sua quota-parte de impostos, então pode candidatar-se a ficar no país por um período temporário, sem medo de ser deportado. Pode sair da sombra e pôr-se de acordo com a lei. É disso que se trata”, declarou Obama.<br /><br />Ao decretar a medida, Barack Obama passa por cima do Congresso e ignora os republicanos que dominam as duas câmaras.<br /><br />O correspondente da Euronews em Washington DC, Stefan Grobe, explica.<br /><br />“Ao atuar de forma unilateral, apenas algumas semanas depois da esmagadora derrota do seu partido nas eleições para o Congresso, Obama faz uma manobra arriscada. De uma forma geral, os americanos não gostam de ver os seus presidentes a caminharem isolados, mesmo que apoiem um roteiro para a cidadania dos emigrantes. Os republicanos estão furiosos, alguns querem processar Obama para bloquear a sua decisão ou puni-lo. Mas isso é igualmente arriscado, por causa da tremida posição do partido republico perante os eleitores hispânicos. O que quer que aconteça, o palco está montado para uma guerra política total que pode durar até à eleição presidencial em 2016”, diz.