À primeira vista, a empresa belga de embalamento de produtos Netko é como outra qualquer, mas tem uma particularidade: 200 dos 230 funcionários são portadores de deficiência. <br /><br /> Há outras 122 empresas no país com a mesma política, vistas como bons exemplos a realçar no Dia Internacional das Pessoas com Deficiência, celebrado a 3 de dezembro.<br /><br /> A formação é essencial como explica uma das chefes de equipa, Chantal Heraut: “Quando comecei a trabalhar aqui recebi formação para depois formar os jovens que integram a classe de inserção na oficina. Ao fim de dois anos nessa classe, podem tornar-se funcionários, se assim o desejarem”.<br /><br /> O tipo de deficiência dos funcionários é muito variado e a empresa recebe apoio financeiro do Estado. <br /><br /> Mas esse é apenas um terço do rendimento, já que o restante provém da venda do serviço aos clientes, neste caso grandes supermercados.<br /><br /> O gestor, Hughes Procureur, explica que “a vantagem para o trabalhador é que a função que ocupa foi adaptada especificamente às suas necessidades enquanto pessoa com deficiência. O salário vai dos 9,50 € aos 14,50 € brutos por hora”.<br /><br /> São salários modestos, mas promovem autonomia e auto-estima. <br /><br /> É, pelo menos, a opinião de Eddy Jacquet que está em formação numa oficina de carpintaria. <br /><br /> Se as duas semanas à experiência correrem bem, poderá assinar um contrato.<br /><br /> “Sentimo-nos menos úteis quando passamos a ter uma deficiência, porque achamos que nunca mais vamos conseguir emprego. Entendo que a maioria dos empresários não queiram empregar uma pessoa com problemas. Mas, no meu caso, que não posso estar de joelhos, estou satisfeito por ter encontrado trabalho”.<br /><br /> Apesar de 15 países da União Europeia imporem quotas de contratação de pessoas com deficiência nos setores público e privado, raramente são preenchidas na totalidade.