Miúda e lenta, leve, <br />Passeia nos meus olhos <br />Brilhantes cristais pequenos <br />Cobrindo como manto a cinza atmosfera. <br />Miúda e lenta menina, <br />Terna em sossego <br />Pequenina, muito fina, <br />Acalma a fúria entre o sonho <br />No real fogo da fera. <br />Menina sem voz e canto denso, <br />Sempre leve com seu manto <br />Da cor da cinza atmosfera. <br />Contemplo esta dança do céu <br />Sem a pressa enervante e lentamente <br />Anunciar um nascer imaginário <br />De filhos novos crescendo, <br />Num simbólico perpétuo movimento <br />Para dar vida como as contas dum rosário. <br />É agradável se a sentires igual <br />Ao borbulhar do champanhe numa festa. <br />Contínua a dança desta noiva, <br />Aparece miúda e leve; <br />Mas alegre! <br />Desce pequenina, miúda e lenta, leve, <br />A natureza que te espera como mãe <br />Se alimenta no ventre, que seja para <br />Sempre, miúda e lenta… <br />Não tão breve. <br /> <br />Luís Pedro Viana