O Secretário-Geral da ONU denunciou o que chama de crimes de guerra na Síria, considerando que a situação em Alepo é pior do que a de um “matadouro”.<br /><br /> A condenação surge depois das forças do regime terem bombardeado dois dos maiores hospitais em Alepo, quando prosseguem a ofensiva para retomar o leste da cidade aos rebeldes.<br /><br /> Os bombardeamentos que duram desde sexta-feira teriam provocado 250 mortos e centenas de feridos, quando apenas 30 médicos permanecerão ainda dentro da localidade sitiada.<br /><br /> Segundo o secretário-geral da ONU, Ban Ki-Moon:<br /><br /> “Vou ser muito claro: aqueles que estão a utilizar armas ainda mais destruidoras sabem exatamente o que estão a fazer. Estão a cometer crimes de guerra. É mais do que um matadouro, mesmo um matadouro é mais humano, quando hospitais, clínicas e ambulâncias em Alepo estão a ser sistematicamente atacados”.<br /><br /> A diplomacia francesa anunciou estar a preparar uma nova resolução a exigir um cessar-fogo imediato na cidade. Washington ameaçou por seu lado cortar todas as discussões com Moscovo.<br /><br /> A diplomacia russa preferiu relativizar, durante a reunião de emergência do Conselho de Segurança da ONU sobre a situação no terreno.<br /><br /> Para o vice-representante da Rússia na ONU, Evgeniy Zagaynov, “em regiões em conflito, como o Médio Oriente, incidentes simelhantes tornaram-se a consequência da política desestabilizadora levada a cabo pelos Estados Unidos e os seus aliados, e que muitas vezes levou hospitais a transformarem-se em ruínas”.<br /><br /> Os rebeldes no terreno afirmam que alguns países estrangeiros teriam começado a fornecer rockets Grad aos combatentes, para responder à ofensiva militar em Alepo.<br /><br /> Moscovo não descartou a possibilidade de retomar as negociações diplomáticas, mas no terreno as forças de Bashar Al-Assad, apoiadas pela aviação russa e combatentes iranianos e de milícias xiitas não recuam para tentar obter um “troféu de guerra” decisivo no conflito.<br /><br /> Damasco afirma ter conseguido destruir uma posição da frente Al-Nusra na cidadela de Alepo, tendo visado outras áreas durante bombardeamentos maciços.<br /><br /> Interrogado sobre o bombardeamento dos dois dos oito hospitais na localidade, o embaixador sírio da ONU, Bashar Ja’aafari, esboçou uma gargalhada.<br />