Bairros com centenas de anos não resistem às ofensivas aéreas e no terreno contra os insurgentes em Alepo, retomadas há uma semana pelas forças armadas sírias, apoiadas pelas russas.<br /><br /> As pessoas resistem muito menos: mais de 600 feridos nos bombardeamentos precisam de cuidados médicos, muitos deles precisam de ser retirados da cidade; não há medicamentos nem meios, incluindo hospitais e médicos para as cerca de 275 000 pessoas que ainda estão numa cidade sitiada, disse o enviado especial adjunto da ONU para a Síria, Ramzy Ezzeldin Ramzy, numa conferência de imprensa em Genebra: <br /><br /> “A Organização Mundial de Saúde desenvolveu opções viáveis para as evacuações, porque essa é a mais premente prioridade nesta altura, resgatar os feridos. É vital que se consiga que a evacuação aconteça o mais depressa possível.”<br /><br /> O representante da ONU advertiu ainda que os alimentos escasseiam no este de Alepo e que os bens alimentares que restam chegarão apenas para um quarto dos habitantes.<br /><br /> O bombardeamento de hospitais e a morte de pessoal especializado juntam-se ao resultado das ofensivas, que se intensificaram nos últimos dias.<br /><br /> Depois das primeiras violações do cessar fogo acordado pelos Estados Unidos e pela Rússia e se manteve por uma semana, a morte de quase uma centena de soldados sírios num bombardeamento dos Estados Unidos e o ataque contra um comboio de ajuda humanitária da ONU geraram uma tensão grande entre os dois países.<br /><br /> A Rússia está disposta a uma trégua de 48 horas para ajuda humanitária, declarou o vice ministro dos negócios estrangeiros russo, Serguéi Riabkov, mas diz não a um cessar fogo de 7 dias, como pedido pelos Estados Unidos, alegando que isso permitiria a reagrupação de rebeldes.<br /><br /> Segundo a União de Cuidados Médicos e Organizações de Ajuda, sedeada em Genebra, cerca de 800 elementos de equipas médicas foram mortos desde que a guerra civil começou na Síria em 2011, tendo 115 dessas mortes tido lugar este ano. <br /><br /> A organização internacional Médicos Sem Fronteiras disse esta quarta feira que dois dos hospitais onde actuavam ficaram inactivos depois dos bombardeamentos nocturnos de terça feira e de quarta de manhã. <br /><br /> .MSF: medical sources in east #Aleppo said 2 hospitals were damaged by bombings early morning today and are now out of service— Dr Joanne Liu (JoanneLiu_MSF) September 28, 2016<br /> <br /><br /> Abdarrahman Alomar, médico da Sociedade Médica Sírio-Americana, faz um balanço mais do que deficitário face às necessidades em Alepo:<br />“Apenas um ginecologista atende as mulheres de Alepo oriental; e apenas dois pediatras atendem as crianças de Alepo oriental. Não há anestesista, de todo, dentro de Alepo. Só há 30 médicos em de Alepo.”<br /><br /> Mais de 100 mil crianças estão presas em Alepo, segundo a Coligação Nacional para as Forças Revolucionárias e de Oposição Sírias.<br /><br /> 6. Only 2 hospitals can still perform major surgeries. Medical staff can't cope with influx, so cleaning staff now carrying out first aid.— ICRC (@ICRC) September 29, 2016