O parlamento da região belga da Valónia reiterou, segunda-feira, que o acordo de comércio União Europeia-Canadá não protege suficientemente valores europeus, mas teme também que possa ser aproveitado pelas empresas norte-americanas que têm filiais no Canadá. <br /><br /> O presidente do governo regional da Valónia, André Antoine, disse à euronews que “não queremos, e o Canadá também não, que os produtos norte-americanos sejam canalizados através das subsidiárias que têm no Canadá para serem despejados na Europa”. <br /><br /> “Essas empresas sabem que um acordo similar com os Estados Unidos está quase morto, face às dificuldades que existem com CETA. Esse cavalo de Tróia não nos agrada”, acrescentou. <br /><br /> A ministra do Comércio do Canadá diz que foram acomodadas exigências dos valões, mas que a bola está do lado europeu. <br /><br /> Um analista de política comunitária do centro de estudos Brugel recorda que a Valónia não esta só nestas preocupações. <br /><br /> André Sapir explica que “também foram feitas declarações e um julgamento preliminar pelo Tribunal Constitucional alemão, que antecipou um determinado número de reticências que são bastante similares às do governo regional valão. O governo valão exprime-se de forma política, mas o Tribunal Constitucional alemão exprimiu-se em termos jurídicos, em termos constitucionais”. <br /><br /> O analista refere-se ao veredicto do passado dia 13 de outubro que deu luz verde ao governo alemão para assinar o acordo, mas que recomendou a criação de um mecanismo que lhe permita abandonar o tratado, porque ainda vai apreciar se este tem falhas ao nível constitucional.<br /><br /> A UE tinha dado um prazo até segunda-feira à noite à Bélgica para ultrapassar os obstáculos internos e dar a sua “luz verde”, indispensável para a assinatura do acordo, quinta-feira, em Bruxelas, mas que está cada vez mais ameaçada, já que necessita de unanimidade dos 28 Estados-membros.<br />