Cerca de 50 menores partiram, esta sexta-feira, do que resta do acampamento conhecido como “a selva”, e Calais, no norte de França, rumo a centros de acolhimentos espalhados pelo país.<br /><br /> Centenas de migrantes permanecem no local, apesar das obras de demolição terem começado no início da semana. Estas pessoas, na sua maioria provenientes do Sudão ou do Afeganistão, pretendem atravessar o Canal da Mancha, rumo ao Reino Unido, onde dizem terem já familiares.<br /><br /> “Estou há oito meses na ‘selva’. Os meus amigos partiram todos. A minha irmã e dois dos meus primos vivem no Reino Unido. Algumas das pessoas que partem daqui não têm ninguém no Reino Unido. Porque é que eu não vou? Eu quero ir para o Reino Unido!”, exclama este menor do afegão.<br /><br /> Calais: The children that were left behind https://t.co/Znzg807xa2 by MichaelBochenek via CNN pic.twitter.com/Vu3TODQ0mW— Human Rights Watch (@hrw) October 27, 2016<br /> <br /><br /> As organizações humanitárias, no local, criticam as autoridades francesas por terem iniciado a demolição sem terem acautelado locais próprios onde os migrantes, em especial as crianças, pudessem passar as noites.<br /><br /> “As autoridades não ofereceram nenhuma solução. Se não fossemos nós, onde é que estas crianças iriam dormir? Na ‘selva’? Não é seguro. Ontem, houve um grande incêndio ao pé da ponte. A ‘selva’ nunca foi um lugar para crianças. Nunca. Mesmo quando estava mais ou menos… Agora, definitivamente, não é um lugar seguro para as crianças”, afirma a voluntária Gloria Micallef, da Care4Calais.<br /><br /> A situação de Calais tem provocado tensões entre os Governos de Paris e Londres.<br /><br /> França afirma que mais de 1400 crianças encontraram abrigo nos arredores da cidade portuária e que o Reino Unido recebeu, até agora, 274 menores.<br />