Com Reuters e Anadolou<br /><br /> A polícia turca deteve os dois dirigentes do Partido Democrático dos Povos (HDP, pela sigla em língua turca), no quadro do que Ancara define como uma investigação relacionada com “propaganda terrorista.”<br /><br /> Nas eleições de junho de 2015, o HDP acabou com a maioria do AKP ou Partido da Justiça e do Desenvolvimento, do presidente conservador Recep Tayyip Erdoğan<br /><br /> O HDP conta com 59 lugares dos 550 existentes na Grande Assembleia Nacional da Turquia (Türkiye Büyük Millet Meclisi) o parlamento de Ancara.<br /><br /> Selahattin Demirtas, um dos dirigentes do HDP, foi detido na cidade de Diarbaquir, sudeste da Turquia, na zona de maioria curda.<br /><br /> More MPs held for failing to answer summons in probe https://t.co/xyyDaqKYTy pic.twitter.com/SGuDwn79HG— ANADOLU AGENCY (ENG) (@anadoluagency) 4 November 2016<br /><br />Momentos antes, segundo os meios turcos, Figen Yüksekdağ, também dirigente do HDP, era detida na sua casa na capital turca, Ancara.<br /><br /> O HDP publicou um conjunto de imagens nas quais o domicílio de Yüksekdağ é supostamente invadido pelos agentes.<br /><br /> O partido disse ainda, em mensagem publicada na rede social Twitter, que a sua sede nacional, em Ancara, foi também alvo de buscas por parte da polícia. <br /><br /> #HDP headquarters is being raided by the police.— HDP English (@HDPenglish) 3 November 2016<br /><br />Segundo a agência de notícias estatal Anadolou, ambos dirigentes recusaram anteriormente prestar declarações numa investigação relacionada com atividades ligadas ao terrorismo.<br /><br /> O Executivo turco confirmou, entretanto, que foram emitidas ordens de detenção para 13 membros do HDP.<br /><br /> Dois dos visados, no entanto, encontram-se no estrangeiro. A lista de detidos foi publicada pela Anadolou.<br /><br />A purga de Tayyip Erdoğan depois da tentativa de golpe de Estado<br /><br />A Turquia passou por momentos de grave tensão durante a tentativa de golpe de Estado militar de 15 de julho de 2016.<br /><br /> O Executivo acusou então o clérigo Fethullah Gülen, atualmente exilado nos Estados Unidos, de ser um dos principais instigadores do golpe e procedeu a uma limpeza no sistema de justiça, de segurança, de ensino e administrativo turcos.<br /><br /> Milhares de pessoas foram despedidas e alvo de processos judiciais, num processo muito criticado pela União Europeia e Estados Unidos e descrito como uma purga por grande parte dos meios de comunicação internacionais.<br /><br /> A nível interno, juntam-se, às críticas da oposição, as vozes de intelectuais turcos em relação ao processo levado a cabo pelo presidente Erdoğan.<br /><br /> Uma dessas vozes é a do jornalista Can Dundarn, um dos três finalistas do Prémio Sakharov para a Liberdade de Pensamento 2016, atribuído aos ativistas da minoria Yazidi.<br /><br /> Em entrevista à Euronews, Dundarn referiu-se à Turquia como uma prisão para jornalistas.<br /><br /> Dundarn fora detido depois do jornal que dirigia ter noticiado o alegado contrabando de armas dos serviços de informações da Turquia para rebeldes na Síria. <br /><br /> O jornalista sofreu uma tentativa de assassinato quando se encontrava e
