Não deve haver preconceitos sobre o que que poderá ser a presidência de Donald Trump, avisou o chefe da diplomacia britânica, à chegada à reunião dos ministros dos Negócios Estrangeiros europeus, em Bruxelas, esta segunda-feira.<br /><br /> “Donald Trump, como já disse, é um negociador. Acho que isso pode ser uma coisa boa para a Grã-Bretanha e para a Europa e é sobre isso que precisamos de nos concentrar hoje”, disse Boris Johnson.<br /><br /> Johnson faltou ao jantar de domingo sobre este tema com os seus homólogos, considerando prematuro emitir juízos de valor sobre a eleição do republicano para dirigir os Estados Unidos da América. <br /><br /> Já o colega francês, Jean-Marc Ayrault, alegou dificuldades de agenda para não comparecer.<br /><br /> Por seu lado, o ministro luxemburguês considera que a unidade dos 28 deve ser a nota dominante. <br /><br /> Jan Asselborn referiu que “precisamos que a União Europeia, tal como decidimos ontem, seja muito ativa e que mostre quais são os fundamentos da nossa cooperação internacional.”<br /><br /> Os europeus afinam, assim, a posição para um diálogo com Trump que mantenha vivos os compromissos da anterior administração, tais como os acordos sobre o clima e o de livre comércio.<br /><br /> Questionado pelos jornalistas sobre a promessa de Trump de expulsar milhões de imigrantes, o ministro dos Negócios Estrangeiros português disse que é uma questão interna norte-americana, mas observou que “lógicas de deportação em massa” vão contra os valores da União Europeia.<br /><br /> Augusto Santos Silva disse não antecipar, contudo, “nenhuma dificuldade” específica para a comunidade portuguesa residente nos Estados Unidos.<br /><br /> “A comunidade portuguesa nos Estados Unidos está muito bem enraizada. O contributo dessa comunidade para a economia e sociedade norte-americana é reconhecida por todos, por isso não antecipo nenhuma dificuldade”, declarou.<br />