O cessar-fogo na Síria ainda resiste, mas está preso por um fio. As forças rebeldes de oposição a Bashar al-Assad ameaçaram já este sábado declarar nulas as tréguas negociadas com o regime, através da Rússia e da Turquia, se as forças leais ao Presidente continuarem a violar o frágil cessar-fogo implementado sexta-feira.<br /><br /> Apesar de garantir pelas 10h30 locais (08h30, em Lisboa) a manutenção das tréguas (twit em baixo), o Observatório Sírio para os Direitos Humanos tem vindo a reforçar as queixas dos rebeldes ao reportar ao longo da manhã deste sábado a ocorrência de várias violações, incluindo pelo menos 10 bombardeamentos só na região de Wadi Barada, 40 quilómetros a noroeste de Damasco.<br /><br /> الاتفاق الروسي – التركي يواصل سريانه في معظم المناطق السورية والخروقات تتوالى في عدة مناطق https://t.co/YliIc0XZDo— #المرصدالسوري #SOHR (@syriahr) 31 de dezembro de 2016<br /><br /> Em Alepo, cidade reclamada a 100 por cento na última semana pelas forças do regime, um homem conta-nos que as condições de vida são escassas devido a um ataque do grupo terrorista Estado Islâmico (“Daesh”/ ISIL) na sexta-feira contra duas infraestruturas de abastecimento de água da cidade.<br /><br /> “O grupo terrorista Estado Islâmico cortou a água potável na cidade. Eles queriam privar-nos de viver. Aqui já ninguém tem nada e é tudo por causa do ‘Daesh’”, acusa, em declarações difundidas pela Reuters, este sírio não identificado e residente em Alepo, onde se mantém após a reconquista da cidade pelo regime de Assad.<br /><br /> Cerca de 60 quilómetros a sudoeste, em Idlib, foi para onde fugiram, nas últimas semanas, milhares de residentes de Alepo por causa da guerra. Muitos deles revoltados com o regime do Presidente Assad.<br /><br /> 53,773 registered internally displaced people from eastern #Aleppo #Syria since 24 November in need of aid, see map https://t.co/f8r9Q82bAU pic.twitter.com/sVKQi8LERw— OCHA Syria (@OCHA_Syria) 26 de dezembro de 2016<br /><br /> Hassan Izzo é um dos refugiados em Idlib oriundo de Alepo. “Fugi por causa dos ataques aéreos com barris de explosivos, bombas de fragmentação, mísseis de grande calibre e paraquedas. Fomos todos atingidos e por isso tínhamos de fugir da cidade. Deixámos as nossas casas com grande sofrimento. Não confiamos no regime de Bashar al-Assad”, assume Hassan Izzo.<br /><br /> Cerca de 35 mil pessoas terão fugido de Alepo só na semana passada quando organizações humanitárias conseguiram pôr em marcha uma operação de evacuação da zona leste de Alepo, a última a ser retomada na cidade pelas forças do regime e uma das mais destruídas pela guerra.<br /><br /> De acordo com as Nações Unidas, na Síria há pelo menos 15 milhões de pessoas a necessitar de ajuda para conseguir acesso a água potável e bens essenciais.<br /><br /> O cessar-fogo em curso foi anunciado quinta-feira pela Rússia, após negociações que envolveram os dois lados do conflito sírio e ainda a Turquia, mediador pelo lado da oposição ao regime de Bashar al-Assad (os Estados Unidos não participaram de forma direta nesta negociação). O objetivo princi
