O presidente da Costa do Marfim substitui esta segunda-feira os chefes do Exército, da Guarda Nacional e da Polícia, depois de um motim conduzido por militares que paralizou, durante dois dias, a segunda cidade do país, Bouaké, bem como várias outras localidades.<br /><br /> Os amotinados reclamavam um aumento dos salários e progressões mais rápidas nas carreiras.<br /><br /> O afastamento dos líderes das forças armadas e de segurança não foi ligado, de forma oficial, aos protestos e o porta-voz do presidente Alassane Ouattara limitou-se a agradecer aos ex-chefes do Exército, da Guarda Nacional e da Polícia “pelos serviços prestados à nação”.<br /><br /> Algumas horas antes, o presidente da Costa do Marfim aceitava a demissão do primeiro-ministro Daniel Kablan Duncan e do governo, menos de um mês depois das legislativas, vencidas pela coligação no poder.<br /><br /> A demissão já era esperada e não esteve relacionada com o motim, mais foi atrasada pelos dois dias de protestos. No discurso de despedida, Duncan afirmou que “o executivo conseguiu muitas coisas, mas muito continua ainda por fazer. O objetivo final é garantir que a ambição do presidente de tornar a Costa do Marfim num país emergente até 2020 se torna realidade”.<br /><br /> A dissolução do governo abre as portas à implementação de medidas incluídas na nova Constituição, aprovada por referendo em novembro do ano passado. Ouattara deverá nomear um novo primeiro-ministro nos próximos dias.<br />