Barack Obama prepara-se para deixar a Casa Branca. Apesar das críticas, conseguiu ao longo dos últimos oito anos adotar algumas leis controversas que tinha em mente para operar a mudança. Mas para tentar salvá-las trabalha até ao limite da sua presidência.<br /><br /> Na linha da frente da sua ação governativa situou-se a reforma da saúde, o “Affordable Care Act” conhecido como, Obamacare, que Donald Trump quer revogar assim que inicie o mandato presidencial.<br /><br /> No dia 4 de janeiro, Obama efetuou uma das raras visitas que fez ao congresso. Uma visita altamente simbólica para encorajar os congressistas democratas a bater-se pela reforma, antes daquele que se anuncia como o primeiro grande combate entre democratas e republicanos da era Trump. O objetivo é tentar salvar a reforma que, desde 2010, permite a cerca de 20 milhões de pessoas o acesso a um seguro de saúde.<br /><br /> Em termos diplomáticos, no final de 2016, o ainda presidente norte-americano adotou sanções contra a Rússia, em represália pela alegada incursão russa no processo eleitoral nos Estados Unidos. A medida mais espetacular foi a expulsão de 35 agentes dos serviços de informação russos presentes nos Estados Unidos e o encerramento de dois sites utilizados por esses serviços em Nova Iorque e no estado do Maryland.<br /><br /> A decisão assenta na convicção de Washington, apoiada pela CIA, de que Moscovo orquestrou a piratagem informática aos emails dos dirigentes democratas durante a campanha eleitoral. Com esta ação, Barack Obama tenta congelar o projeto de abertura política em direção à Rússia defendido pelo seu sucessor, Donald Trump.<br /><br /> Outra área onde Obama teme que Donald Trump retroceda é o ambiente e a luta contra as mudanças climáticas. <br /><br /> “Este é o momento em que determinámos que devemos salvar o nosso planeta”, dizia na COP21 em Paris. Mas ainda que a administração americana tenha ratificado em setembro o acordo de Paris, a agenda verde de Obama não está salvaguardada. As medidas aprovadas por Obama, que dependem do poder executivo do presidente, podem simplesmente ser anuladas por Donald Trump, sem passar pelo congresso.<br /><br /> Para aumentar a pressão, Obama escreveu no último número do jornal Science uma tribuna onde defende a obrigação moral e as vantagens económicas para os Estados Unidos de respeitar o acordo de Paris, mas a decisão compete ao senhor que se segue.<br />
