Austrália e Japão acreditam que ainda é possível salvar o Tratado Transpacífico (TPP) após a decisão de Donald Trump de retirar-se do acordo comercial multilateral assinado pelos Estados Unidos.<br /><br /> No Japão, o único dos 12 signatários a ratificar o entendimento, o primeiro-ministro Shinzo Abe admite ainda a possibilidade de uma renegociação com Washington.<br /><br /> “Espero ainda que o presidente Donald Trump reconheça a importância de um comércio livre e justo. Vou apelar de forma insistente para que compreenda a importância estratégica e económica deste acordo”, afirmou Abe frente ao parlamento.<br /><br /> Para Tóquio, assim como para outros países do sudeste asiático, o Tratado representava a possibilidade de um contrapeso face à influência crescente da China na região.<br /><br /> A Nova Zelândia sugeriu a possibilidade de um “plano B” que, para a Austrália, poderia passar pela adesão de novos países, como a China ou a Indonésia.<br /><br /> Para o primeiro-ministro australiano, Malcom Turnbull:<br /><br /> “Queremos ter mais oportunidades com mais mercados. Já temos um acordo de comércio livre entre a Austrália e a China e penso que há uma possibilidade de que a China possa juntar-se ao TPP”.<br /><br /> Aprovado no ano passado, após cinco anos de negociações, o Tratado precisa ainda de ser ratificado por pelo menos seis países que representem 85% do PIB dos 12 estados aderentes. <br /><br /> Os Estados Unidos, por si só, representam 60% do PIB do bloco comercial Àsia-Pacífico.<br /><br /> Países aderentes como o Chile, anunciam por seu lado que vão retirar-se do acordo. Para Heraldo Muñoz, ministro dos Negócios Estrangeiros do Chile, a retirada de Trump significa o fim do TPP, “uma vez que a presença dos EUA representava um pilar fundamental do entendimento”.<br /><br /> O acordo Transpacífico de comércio livre reunia 12 estados que representam 40% da economia mundial: EUA, Austrália, Nova Zelândia, Canadá, Singapura, Vietname, Malasia, Japão, México, Peru, Brunei e Chile.<br />
