“Suavizar a regulamentação do setor financeiro é a última coisa de que precisamos”, estima Mario Draghi. O presidente do Banco Central Europeu (BCE) reage assim à decisão de Donald Trump de rever a lei Dood-Frank. Trata-se da lei implementada pela administração Obama para aumentar o controlo sobre Wall Street e impedir a repetição da crise financeira de 2008. <br /><br /> Face aos eurodeputados e aos jornalistas, Mario Draghi disse que considera a medida “muito preocupante” e adiantou: “Penso que, se não assistimos ao desenvolvimento significativo de riscos para a estabilidade financeira, é a recompensa da ação tomadas pelos legisladores, pelos reguladores e pelos supervisores desde que a crise eclodiu”.<br /><br /> Draghi acabou também por responder às acusações de “manipulação de divisas” vindas de Washington. <br /><br /> Em 2015, os Estados Unidos superara a França e tornaram-se o principal destino das exportações alemãs e os produtos germânicos concorrem diretamente com os norte-americanos. <br /><br /> Com o euro em mínimos de 14 anos face ao dólar, no mês passado, a administração Trump acusa o BCE e a Alemanha de desvalorizarem a moeda única para fins comerciais.<br /><br /> Draghi foi direto: “Não somos manipuladores de divisas. As políticas monetárias refletem as diversas posições do ciclo económico da zona euro e dos Estados Unidos.” <br /><br /> First BOJ now ECB: DRAGHI SAYS `WE ARE NOT CURRENCY MANIPULATORS‘— zerohedge (@zerohedge) 6 de fevereiro de 2017<br /><br /> Já em relação à política do BCE, o presidente do banco central explicou que, a partir de abril, vão reduzir o montante mensal de compra de ativos, atualmente nos 80 mil milhões de euros, mas a operação vai prolongar-se pelo menos até ao final do ano. <br /><br /> ECB’s Draghi Says More Stimulus and Ignores Inflation Resisting Calls to Stop Purchases pic.twitter.com/KOiqqP4a4A— Shawn Baldwin (@ShawnDBaldwin) 6 de fevereiro de 2017<br />
