A primeira-ministra britânica Theresa May tem a aprovação da Câmara dos Comuns para avançar com o processo de saída da União Europeia.<br /><br /> Com 494 votos a favor e 122 contra, os deputados britânicos aprovaram em definitivo esta quarta-feira o início do Brexit, oito meses depois do referendo. <br /><br /> MPs vote 494 to 122 to approve Third Reading of the EU (Notification of Withdrawal) Bill. Bill progresses to UKHouseofLords #Article50Bill pic.twitter.com/rJ08jz1h0s— House of Commons (HouseofCommons) 8 février 2017<br /> <br /><br /> O projeto de lei que permitirá ao governo de Theresa May notificar oficialmente a saída do país da União Europeia e dar início ao período de dois anos de negociações com Bruxelas terá de passar ainda pela Câmara dos Lordes, que poderá propor emendas.<br /><br /> Depois de aprovado nas duas câmaras, cabe a May avançar. A primeira-ministra prometeu ativar antes de 31 de março o artigo 50 do Tratado de Lisboa.<br /><br /> Mar agitado<br /><br /> O Brexit promete mais episódios turbulentos. Na terça-feira, o Parlamento escocês rejeitou por esmagadora maioria a saída britânica da União Europeia, com uma votação simbólica que não afetará o processo do Brexit, mas que veio aumentar a tensão na relação com Londres, pois dá força ao movimento crescente que pede a independência da Escócia.<br /><br /> Parlamento sem direito de ingerência no acordo final<br /><br /> O Parlamento britânico aprovou na terça-feira o plano do governo de Theresa May para negociar a saída do Reino Unido da União Europeia sem fazer qualquer alteração. A primeira-ministra conseguiu assim neutralizar o postulado dos deputados, alguns do seu partido, que reclamavam o poder de introduzir emendas ao acordo antes da finalização das negociações entre Londres e Bruxelas.<br /><br /> O plano foi aprovado com 326 votos a favor e 293 contra, não sem ser contestado por parte de alguns deputados britânicos que queriam que o Parlamento tivesse mais poder durante as negociações.<br /><br /> O grupo dos contestatários incluia os trabalhistas, o Parlamento escocês – que aprovou no mesmo dia uma resolução não vinculativa contra o Brexit – e alguns deputados conservadores.<br /><br /> Aprovado este plano, o Parlamento britânico só terá direito a votar uma vez, para aceitar ou rejeitar o acordo que vier a ser negociado entre o governo britânico e a União Europeia. A eventual rejeição do acordo implicaria para o Reino Unido regressar às regras da Organização Mundial de Comércio.<br />