Com Associated Press<br /><br />A Cidade de Deus, um projeto de habitação dos anos 60 concebido para alojar pessoas das favelas cariocas*, tornou-se, ao longo dos anos, numa das zonas mais *perigosas do Rio de Janeiro, situada na zona oeste do município, longe das idílicas imagens conhecidas pelos turistas.<br /><br />Em 2002, o filme, cujo título é exatamente o nome do bairro, deu a volta ao mundo. Se uns viram o sucesso da película de Fernando Meirelles com entusiasmo, outros, no entanto, temeram que o que foi chamado pelos críticos como a glorificação da violência mais não fizesse do que aumentar o preconceito contra os residentes. <br /><br />Mas a verdade é que a Cidade de Deus passou posteriormente, como várias favelas brasileiras, por um processo de reabilitação e de pacificação. Em 2011, recebeu mesmo a visita do então presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, acompanhado pelo presidente do município (Prefeito) e pelo governador do estado fluminense.<br /><br /> Rio de Janeiro residents face daily stresses akin to those in a war zone. https://t.co/OXUqtGnVei pic.twitter.com/Dkh6SKzk1t— The Associated Press (@AP) 28 de junho de 2017<br /><br />Nos últimos anos, no entanto, as coisas têm sido bem diferentes.<br /><br />Tal como em várias favelas o Rio de Janeiro, a crise económica e financeira que afeta o Brasil tem contribuído para aumentar a tensão socia*l e da frustração da populações. E o *desemprego afeta com mais virulência as classes com menor poder de compra.<br /><br />Em locais como a Cidade de Deus, a violência tem vindo a intensificar-se de tal forma que os tiroteios entre grupos de narcotraficantes e agentes da polícia recordam o clima de guerra que se vivia nos anos 90.<br /><br />Como o Plano Nacional de Seg. Pública do Governo Federal vai responder a esta questão? #JovemNegroVivo #ChegaDeHomicídios #InstintoDeVida pic.twitter.com/guTSsfgCVe— AnistiaInternacional (@anistiabrasil) 5 de junho de 2017<br /><br />Muitos são os que começam a acusar os danos psicológicos de uma vida em permanente tensão. Especialistas no terreno falam num aumento dos casos de ansiedade e de depressão – em alguns casos, agravada – em todas as faixas etárias. <br /><br />A convivência com episódios de extrema violência poderia explicar este fenómeno. <br /><br />No entanto, ainda muitos residentes na Cidade de Deus precisem, com urgência, de assistência médica e psicológica, este tipo de serviços brilha pela sua ausência nesta zona pobre do Rio de Janeiro.<br /><br />Tiroteios, o principal medo<br /><br />Segundo a Associated Press, vários residentes contaram à agência que, quando deixam a favela para irem trabalhar, ficam em contacto permanente com amigos, vizinhos ou família e avisam se há um tiroteio. <br /><br />O ruído das armas é cada vez mais habitual e tornou-se quase quotidiano, interrompendo o quotidiano de trabalhadores, crianças e famílias.<br /><br />Se tal acontecer, terão de esperar que termine o chamado fogo cruzado. É que uma bala perdida pode matar.<br /><br />A Amnistia Internacional Brasil criou, neste sentido, uma aplicação gratuita chamada Fogo Cruzado, que ajuda os morado
