A França tem um novo chefe de Estado maior das forças armadas. O general François Lecointre foi nomeado esta quarta-feira, horas depois da demissão do seu antecessor, general Pierre de Villiers.<br /><br />Em pano de fundo, as críticas públicas de Villiers ao corte de 850 milhões de euros no orçamento da Defesa, anunciado pelo presidente Emmanuel Macron.<br /><br />O Eliseu argumenta que o corte orçamental não prejudica as capacidades operacionais da França, mas para o general Villiers a insuficiência de meios impede o exército francês de cumprir as exigências acrescidas do combate ao terrorismo em várias frentes internacionais e no território nacional. <br /><br />A demissão de Villiers é um acontecimento sem precedentes e a primeira grande crise da presidência de Emmanuel Macron. <br /><br />O presidente foi criticado por autoritarismo após a demissão de chefe do Estado-Maior das forças armadas. A deputada de extrema-direita Marine Le Pen, da Frente Nacional, afirmou que a demissão de Villiers “ilustra as graves e preocupantes derivas de Macron, tanto nas suas atitudes como nas suas políticas”. Para o ex-ministro da Justiça Jean-Jacques Urvoas, do governo socialista de François Hollande, com esta atitude Macron mostra que não reconhece “o direito de o Parlamento ser informado sobre o que acontece no país”.<br />