Continua a controvérsia entre Áustria e Itália por causa dos migrantes.<br /><br />O Partido Popular Austríaco considerou “intoleráveis” as palavras do presidente da Câmara Municipal da ilha de Lampedusa, no sul da Sicília, que classificou de “neonazi”, o pedido do ministro austríaco dos Negócios Estrangeiros. <br /><br />Sebastian Kurz apelou a Itália para que não transfira para o continente europeu os migrantes, a desembarcar em cada vez maior número nas ilhas italianas, e assim desincentivar o tráfico de seres humanos.<br /><br />Contactado pela euronews, Totò Martello afirmou que não considera aceitável esse pedido. <br /><br />Sindaco Lampedusa a ministro, naziskin. Martello offeso da dichiarazioni governo Austria. https://t.co/T63LekbYEJ— Ansa Sicilia (@AnsaSicilia) July 20, 2017<br /><br /><br />O autarca disse, ainda, que “se deixarmos que uma mensagem forte como essa se espalhe, sem dizer nada, tudo o que fazemos acaba destruído. Destrói-se, mesmo, a ideia de hospitalidade e de paz que temos no Mediterrâneo.”<br /><br />“Imaginemos que a hipótese apresentada pelo ministro austríaco dos Negócios Estrangeiros se torna realidade. Qual seria o impacto real para Lampedusa?, questionou o jornalista da euronews, Diego Giuliani.<br /><br />“Morte. Significa matar uma comunidade e um país”, assegurou Martello.<br /><br />Gianni Pittella, líder do Grupo da Aliança Progressista dos Socialistas e Democratas no Parlamento Europeu, considerou que caso a ideia do governante austríaco seja posta em prática, Lampedusa vai transformar-se num campo de concentração.<br /><br />Austrian Foreign Minister Kurz wants to turn Lampedusa into a internment camp for migrants. This is not the Europe we stand for!— Gianni Pittella (@giannipittella) July 20, 2017<br /><br /><br />Questionado sobre se estas são palavras realistas, Martello respondeu afirmativamente e disse “quando houve a Primavera árabe”, Lampedusa recebeu cerca de 30 mil migrantes. O autarca afirmou, ainda que “nos campos de concentração, o único destino é a morte. Nos campos não há vida.”<br />