O discurso à nação da líder birmanesa Aung Suu Kyi, na terça-feira, será a “última oportunidade” para travar a ofensiva militar contra os muçulmanos Rohingya. É o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, que lança o alarme, numa entrevista à BBC que será transmitida na íntegra na segunda-feira.<br /><br />Entretanto o presidente da organização norte-americana Refugee International, Eric Paul Schwartz, apela a sanções internacionais contra os militares birmaneses, depois de uma visita, no domingo, ao capo de refugiados de Kutupalong, no Bangladesh.<br /><br />“Acredito que, em situações como esta, devem ser tomadas as medidas mais severas e mais fortes. Os nossos valores e o nosso interesse exigem isso. São necessárias sanções multilaterais contra os militares birmaneses, deve haver um embargo de armas, o Tribunal Penal Internacional deveria ser informado sobre a situação na Birmânia. Os Estados Unidos devem reintroduzir as sanções que foram levantadas nos últimos anos. É difícil sobrestimar quão dramáticos e quão difundidos são os abusos na Birmânia”, disse Schwartz.<br /><br />No final de agosto, rebeldes da minoria Rohingya atacaram uma esquadra da polícia no Estado de Rakhine, matando 12 agentes. O exército respondeu com uma ofensiva brutal, atacando civis e queimando aldeias. O Bangladesh, onde já se encontram mais de 400 mil Rohingya, prepara-se para lhes fechar as fronteiras.<br /><br />No dia 11, o comissário para os direitos humanos da ONU, Zeid Raad al-Hussein, denunciou uma limpeza étnica.<br /><br />A organização não governamental de defesa dos direitos da criança no mundo, Save the Children, lançou um apelo à contribuição da comunidade internacional no financiamento de um plano de emergência de 77 milhões de dólares para ajudar os refugiados Rohingya recém-chegados ao sul do Bangladesh.<br />
