Os catalães que vivem em Madrid, e olham de longe para o que se passa, veem o referendo, os seus antecedentes e repercussões, de forma diferente. Vivem o momento com alguma apreensão e, alguns, surpreendidos com a forma como tudo se tem vindo a desenrolar: <br /><br />“Tenho a sensação de que há dois meses estava tudo muto apagado, ainda que se soubesse que ia haver a votação do dia um, foi duas ou três semanas antes que os ânimos começaram a exaltar-se”, diz Vicente Vilanova, engenheiro informático. <br /><br />O Centro Cultural e livraria Blamquema, na capital espanhola, é a montra da cultura catalã em Madrid. Foi aqui que em 2013 um grupo radical concretizou um ataque em defesa da unidade do país. Aqui se percebem também as mudanças. <br /><br />“O ambiente, as pessoas estão diferentes e isso nota-se muito ao entrar-se num lugar como esta livraria que é uma delegação oficial da Generalitat catalã”, explica um visitante da livraria. <br /><br />A cultura, também a catalã, em Madrid, ajuda a estreitar laços. É o caso de um grupo, criado em fevereiro, os Castellers. Fazem castelos humanos para chegar a qualquer lado, longe da política: <br /><br />“A questão dos conflitos, entre os povos, está mais ligada à política do que à cultura, que é o que nós desenvolvemos aqui”, adiantou Marta Salvans um dos elementos do grupo.<br />