Uma descoberta de ouro. <br />É assim que os astrónomos analisam a visualização inédita em telescópio das ondas gravitacionais. A colisão de dois buracos negros a 130 milhões de anos-luz da Terra gerou ondas gravitacionais responsáveis pela difusão no espaço de metais preciosos, como o ouro e a platina. <br /><br />Esta é uma prova fundamental de uma parte da teoria da relatividade de Einstein. A descoberta das ondas levou ao Prémio Nobel da física deste ano, mas esta é a primeira vez que a luz criada num evento de onda gravitacional foi vista através dos telescópios óticos. Até este momento, os cientistas apenas tinham escutado as ondas gravitacionais nos seus detetores.<br /><br />Este acontecimento marca uma nova fase no estudo das ondas gravitacionais e da própria origem dos planetas. As nuvens destas particulas preciosas irão começar a misturar-se com outros gases na galáxia, diluindo-se e, possivelmente ao fim de alguns milhões de anos, condensando-se no interior de novos planetas.<br /><br />Para o professor da Universidade de Harvard, Edo Berger, estes eventos são responsáveis pela criação de ‘massas preciosas’ de enorme dimensão. “De facto, a partir das propriedades da luz visível e infravermelha, concluímos que a massa de todos os elementos pesados produzidos neste único evento é 16.000 vezes a massa da Terra. Deste material estimamos que cerca de dez vezes a massa da Terra é apenas ouro e platina”.<br /><br />Este fenómeno de colisões de estrelas de neutrões, detectado pelos observatórios LIGO e VIRGO, em agosto, é considerado o terceiro momento na criação de matéria no universo. O Big Bang é considerado o início, sendo que o segundo passo dá-se com as estrelas, que são essenciais na formação das galáxias.<br />
