Na sua primeira deslocação ao Exército enquanto Chefe de Estado, Cavaco Silva elogiou o “profissionalismo e competência” das tropas para enfrentarem “tarefas difíceis e com algum risco” em zonas “onde existe grande instabilidade”. <br />Os militares abordados pelo Presidente da República são os próximos a partir para o estrangeiro, encontrando-se também prevista uma rendição na Bósnia. <br />Em Agosto, voa para o Kosovo o 1.º batalhão de pára-quedistas, sedeado no Regimento de Infantaria n.º 15, em Tomar. São 300 e ficarão em Pristina, a fim de render um batalhão da Brigada Mecanizada e realizar missões de patrulhamento, entre outras, no âmbito da força internacional de manutenção da paz. <br />O grupo incluirá Fátima Pereira, de 24 anos, que já esteve na antiga Jugoslávia em 2004. “É muito gratificante. Colocamos os conhecimentos em prática e contactamos com outras culturas”, disse. Por cá, a família vai esperar com paciência os telefonemas que amansam a preocupação. “É preciso pensar positivo”, recomenda Fátima Pereira. <br />Mais riscos do que esta soldado de Ourém vão correr os 150 militares do 2.º batalhão de pára-quedistas, sedeados em S. Jacinto, Aveiro, que em Setembro aterram no Afeganistão e rendem uma companhia de comandos. Conforme sublinhou ontem Cavaco Silva, sobretudo no Sul do Afeganistão o grau de ameaça é elevado. “Confio nas vossas capacidades”, apoiou o Presidente da República. <br />O treino para estas missões decorre há bastante tempo e antes da partida estes 450 militares farão em Beja um último teste de operacionalidade. <br />A cerimónia de ontem assinalou a primeira formatura da recém-criada Brigada de Reacção Rápida, que inclui todas as forças especiais do Exército. <br />CAVACO FALA PARA CABUL <br />Durante a visita à base de Tancos, o Presidente da República manteve uma conversa de dez minutos, por video-conferência, com o tenente-coronel Gonçalves Soares, destacado no Afeganistão, onde comanda 157 militares. “Como é que tem evoluído a situação de segurança em Cabul?”, começou por perguntar o Chefe de Estado. Gonçalves Soares explicou que há um decréscimo de incidentes na capital, mas admitiu que a expansão para o Sul será complicada. Ainda preocupado com a rotina das tropas, Cavaco Silva quis saber se têm contactos com as populações afegãs e na terceira e última pergunta indagou: “Os meios de comunicação à disposição permitem aos seus homens contactar as famílias aqui em Portugal?”. A resposta foi positiva. Satisfeito, o Presidente agradeceu o empenhamento em nome da Pátria e despediu-se com votos de boa sorte. <br />BRIGADA REACÇÃO RÁPIDA <br />450: pára-quedistas da Brigada de Reacção Rápida do Exército preparam-se para missões no Kosovo e no Afeganistão <br />300: militares voam em Agosto para o Kosovo. São o 1.º batalhão de pára-quedistas do Regimento de Infantaria n.º15 <br />150: militares aterram em Setembro no Afeganistão. É uma companhia do 2.º batalhão de pára-quedistas, de S. Jacinto <br />1800: eram os homens e mulheres que ontem integraram a primeira formatura da Brigada de Reacção Rápida (Brig RR) <br />3000: é o efectivo da Brig RR, que inclui todas as tropas de elite do Exército: pára-quedistas, comandos e operações especiais <br />636: são os militares do Exército actualmente integrados na Força de Resposta da NATO. <br />MISÕES DAS TROPAS PORTUGUESAS NO AFEGANISTÃO E NO KOSOVO <br />KOSOVO <br />- Portugueses: 307 militares da Brigada de Reacção Rápida <br />- Força internacional: KFOR (Kosovo Force) <br />- Perigos da missão: Tensões étnicas, conflitos entre grupos da população <br />- Partida do próximo contigente: 300 pára-quedistas em Agosto de 2006 <br />AFEGANISTÃO <br />- Portugueses: 161 militares Comandos e Controladores Áereos da Força Aérea <br />- Força Internacional: ISAF (International Security Assistence Force) <br />- Perigos da missão: ataques terroristas, extremistas islâmicos .
