1995. O enredo sórdido e severino de todo o sempre foi armado. Polícia e jagunços misturados fizeram cerco.<br /><br />Abriram fogo. Sem tempo, sem trégua. Souberam obedecer e devolver as terras aos donos do mundo.<br /><br />Quando as armas sem terra calaram sem balas, o cerco fechou. Teve vez o massacre, sem pudor.<br /><br />Veredicto: 16 mortos, 300 feridos ou mais. Não houve e não haverá precisão. Só o horror. Se fala até hoje em Corumbiara que são mais de cem os desaparecidos.<br /><br />A quem isso importa?<br /><br />Aos assassinados restou, quem sabe, o sonho na morte, de que exista, talvez, um inferno para os injustos. Que talvez suas mãos rústicas de trabalhar na terra, descansarão trabalhando campos eternos e orvalhados de estrelas, em que dormirão sob árvores maternas e noturnas.<br /><br />Aos que sobraram, restou a lembrança que machuca, a oração pelos mortos e o eterno trato da terra terrível, que caleja mãos, que endurece almas, pois que só germina desamor e explorados.<br /><br />Memória TVT exibido em 16/01/2015<br />Tema: Massacre Corumbiara - Direitos assassinados
