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1º DE MAIO NOS EUA: PRECARIZAÇÃO E MISÉRIA ASSOLAM OS TRABALHADORES

2018-07-31 0 Dailymotion

Acesse:<br />https://nocaute.blog.br/2018/05/02/1o-de-maio-nos-eua/<br /><br />Por anos, os Estados Unidos apagaram da consciência e da cultura dos seus cidadãos o significado do 1º de Maio. Com o passar dos anos, seu simbolismo foi ressignificado em uma espécie de luta nacional contra a organização dos trabalhadores. <br /><br />[Transcrição]<br /><br />Os Estados Unidos são um dos poucos países onde não se celebra o Dia dos Trabalhadores. Mas nem sempre foi assim: hoje amplamente desconhecido pela maioria dos estadunidenses, o 1º de Maio era celebrado em diversos estados, em uma mostra de solidariedade e força dos trabalhadores organizados. Foi em 1894, após a greve da Pullman (que também aconteceu em Chicago), que Grover Cleveland decretou o Dia do Trabalho na primeira segunda-feira de setembro, intencionalmente escolhido para cooptar o 1º de Maio, uma vez que as elites temiam que a comemoração da revolta de Haymarket pudesse aumentar o apoio às chamadas “causas radicais” (basicamente, as exigências de condições mínimas de trabalho e salário dignos). Seguindo o processo de esvaziamento do significado simbólico de 1º de Maio, em 1955, no auge da Guerra Fria, Eisenhower proclamou esse dia como o "Dia da Lealdade", o que mais tarde viria a ser o "Dia da Lei".<br /><br />Mais de 130 anos depois do massacre de Haymarket os trabalhadores aqui nos EUA se vêem cada vez mais precarizados. Um estudo publicado pelo Institute of Policy Studies, um <br />centro de pesquisas aqui de Washington, em parceria com a Poor Peoples Campaign, mostra que, embora a taxa de desemprego oficial seja baixa, os trabalhadores nos Estados Unidos se veem cada vez mais confrontados com salários baixos e pouca estabilidade. Quase uma em cada cinco famílias tem patrimônio líquido nulo ou negativo. Esse número sobe para mais de um quarto das famílias latinas e 30% das famílias negras. Cerca de 140 milhões de pessoas (pouco mais de 43% da população total) são consideradas pobres ou de baixa renda. Desses, 41 milhões vivem hoje abaixo da linha da pobreza. Enquanto isso, três indivíduos possuem um patrimônio combinado equivalente à soma total do patrimônio de quase metade da população do país.<br /><br />Por anos, os Estados Unidos apagaram da consciência e da cultura dos seus cidadãos o significado do 1º de Maio. Com o passar dos anos, seu simbolismo foi ressignificado em uma espécie de luta nacional contra a organização dos trabalhadores. A crescente precarização do trabalho e concentração de renda aqui nos Estados Unidos vem acompanhada de uma também crescente restrição na participação democrática dos trabalhadores em espaços de organização: nos últimos 50 anos, 28 estados aprovaram as chamadas leis de “direito ao trabalho”, que minam o poder dos trabalhadores de negociar coletivamente e 25 estados impediram fossem aprovadas leis de salário mínimo.<br /><br />Apagar nossa história; dividir e conquistar, às custas do sofrimento de milhões de famílias e em benefício de pouquíssimos. É isso que o 1º de Maio nos ensina aqui nos Estados Unidos.

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