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​MARQUETEIROS SE ORGANIZAM PARA COMBATER O PRECONCEITO E DEFENDER A ATIVIDADE

2018-07-31 0 Dailymotion

A sigla ainda é desconhecida, mas quando despontar, certamente entrará no debate político nacional. Até porque está nascendo para isso.<br />No dia 2 de maio, logo após o feriado do Dia do Trabalho - e antes tarde do que nunca -, será lançado em Brasília o CAMP - Clube Associativo dos Profissionais de Marketing Político.<br />Pode parecer um time de futebol dos marqueteiros, para disputar os jogos publicitários, mas é pura marquetagem de marca - ou de branding, como queiram.<br />Porque CAMP designa uma nova organização classista, que vem para defender os profissionais da comunicação política e eleitoral, e a própria atividade, ameaçada de todos os lados por preconceito, oportunismo, cretinice e desinformação.<br />Você já ouviu bastante que o marketing político é arte publicitária de vender candidatos como sabonete, ou qualquer sapo como príncipe.<br />E tem visto alguns graúdos da atividade denunciados por falcatruas milionárias, embora não veja outros deles passando batidos, porque estão no lado blindado da guerra política.<br />Mas o que você não vê, não ouve e não lê é que a comunicação política e eleitoral é uma atividade exercida por dezenas de milhares de profissionais no Brasil.<br />Gente que trabalha duro, ganha modestamente e paga imposto sobre cada centavo que recebe.<br />São publicitários, jornalistas, radialistas, atores, sociólogos, artistas, informáticos, cineastas, gráficos, uma infinidade de trabalhadores, dedicados a fazer com que a democracia funcione.<br />Porque a democracia exige eleições regulares, e eleições exigem campanhas eleitorais, para que os eleitores tomem ciência dos candidatos e de suas propostas, e - mais que isso - sejam motivados a escolher um deles.<br />Mas, neste peculiar regime político brasileiro, que com muita liberdade poética se pode chamar de democracia, as campanhas eleitorais são demonizadas e todos querem acabar com elas.<br />Sobretudo aqueles que querem tomar o poder sem eleições, ou eleições sem controvérsia, eleições na surdina, sem que o povo se envolva muito e seja mais facilmente guiado na hora de votar.<br />Por isso votam leis eleitorais restritivas, reduzem as campanhas, limitam o tempo e os recursos de comunicação, atrapalham ao máximo.<br />Sempre em nome do aprimoramento dos costumes políticos, mas produzindo objetivamente o inverso dele.<br />A comunicação política profissional, particularmente a propaganda eleitoral, é um confortável bode expiatório nacional.<br />É mais fácil atribuir a ela a culpa pelas mazelas de um sistema político disfuncional, estruturalmente corrupto e cínico, do que cada agente desse sistema assumir a sua responsabilidade nele: os políticos, a justiça, o mercado, a mídia, a sociedade.<br />A ampla maioria dos profissionais que trabalham em eleições quer muito uma reforma política verdadeira, que acabe com esse jogo de contentes, em que eles são sempre os perdedores.<br />Querem expurgar os corruptos e oportunistas de seu meio, e regular a atividade do marketing político, para exercê-la com a mesma paz e legitimidade do marketing comercial.<br />Que o CAMP possa contribuir para isso. E que o povo brasileiro seja menos otário, de acreditar que com campanhas menores e piores será possível melhorar a política.

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