Há coisas que a gente suporta mais de uma vez… achando que é amor, que é paciência, que é maturidade.<br />Mas, muitas vezes, toda vez que você silencia o incômodo, engole o choro, finge que está tudo bem… você está ensinando o outro a repetir.<br />Sem perceber, você assina um contrato invisível que diz: “pode continuar”.<br /><br />E aí, o que antes doía só um pouco, volta — mais fundo, mais forte, mais constante.<br />A gente aprende a suportar quando deveria aprender a se cuidar.<br />Porque não traçar limites não é sinal de amor, é um abandono silencioso de si mesmo.<br /><br />É como dizer pra sua alma: “espera mais um pouco, não é tão grave assim”.<br />Mas é.<br />Tudo que machuca um pouco hoje, machuca muito amanhã.<br />Permitir o que fere é ensinar o outro a ferir.<br /><br />Amor de verdade reconhece limites.<br />Não invade, não agride, não desaparece e volta como se nada tivesse acontecido.<br />Amor que machuca sempre, não é amor — é carência, é ausência dele.<br /><br />Respeitar-se é coragem.<br />É olhar nos olhos e dizer com firmeza: “assim, não mais”.<br />Porque perder o outro, às vezes, é o preço de não se perder.<br />E limites não afastam quem ama — afastam quem finge.<br />E isso, no fim, é uma bênção disfarçada.
