O plenário do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) determinou que Jair Bolsonaro apague postagens que vinculam o PT ao Primeiro Comando da Capital (PCC).<br /><br />Por seis votos a um, os ministros entenderam que as publicações desvirtuaram uma matéria jornalística. Ele deve apagar os conteúdos e pagar multa de R$ 5 mil.<br /><br />O PT contestou dois trechos. Um sobre uma matéria jornalística veiculada pela TV Record, com áudio de interceptação telefônica feita pela Polícia Federal e constante de relatório oferecido no contexto da "Operação Cravada". Na gravação, um integrante da facção criminosa tece críticas ao ex-juiz Sergio Moro e afirma que "com o PT nois tinha diálogo. [Com] O PT tinha com nois diálogo cabuloso".<br /><br />Outro trecho é um comentário de Jair Bolsonaro ligando diretamente o PCC ao ex-presidente Lula.<br /><br />Ao exigir a reportagem, o presidente afirmou: "[Este] É o grupo praticante de atividades ilícitas (...) denominado pela décima sexta e terceira letra do alfabeto [PCC] com saudades do grupo do animal invertebrado cefalópode pertencente ao filo dos moluscos [Lula]."<br /><br />A relatora do caso na Corte, ministra Maria Cristina Bucchianeri, não enxergou na postagem "grave deturpação de seu conteúdo, capaz de induzir o eleitor em erro".<br /><br />"À despeito do tom sarcástico, duro, ácido e crítico, não encontro grave descontextualização da matéria, replicada por diversos outros veículos de imprensa, e do teor das interceptações por ela revelada que tenha alterado substancialmente o seu conteúdo", disse a ministra Maria Cristina.<br /><br />Segundo a votar, Ricardo Lewandowski, divergiu da relatora - e abriu a corrente vencedora na corte.<br /><br />"É abusivo ato que desqualifique candidato, maculando sua honra ou imagem, bem como possa ser caracterizado como fato sabidamente inverídico", disse.<br /><br />Cármen Lúcia também chamou as postagens de "afrontosas e agressivas" ao divergir. Os ministros Mauro Campbell Marques, Benedito Gonçalves, Carlos Horbach e Sergio Banhos acompanharam.<br /><br />"Não é possível a utilização da liberdade de expressão como liberdade de agressão. Como diz a ministra Cármen Lúcia, o 'cala boca já morreu', mas quando a boca não é usada para morder", disse o ministro Alexandre de Moraes - que no recesso já havia proibido que bolsonaristas publicassem tais conteúdos.<br /><br />Cadastre-se para receber nossa newsletter:<br />https://bit.ly/2Gl9AdL<br /><br />Confira mais notícias em nosso site:<br />https://www.oantagonista.com<br /><br />Acompanhe nossas redes sociais:<br />https://www.fb.com/oantagonista<br />https://www.twitter.com/o_antagonista<br />https://www.instagram.com/o_antagonista