De "Paco Ibáñez interpreta a Pablo Neruda" (1977). Letra adaptada de um poema de Pablo Neruda contido em "Vinte Poemas de amor e uma canção desesperada".<br /><br />Inclinado nas tardes lanço as minhas tristes redes<br />aos teus olhos oceânicos<br /><br />Ali se estende e arde na mais alta fogueira<br />a minha solidão que agita os braços como um náufrago<br /><br />Faço sinais de alerta sobre os teus olhos ausentes<br />que ondeiam como o mar na margem de um farol.<br /><br />Os pássaros nocturnos pontilham as primeiras estrelas<br />que cintilam como a minha alma quando te amo<br /><br />Galopa a noite na sua égua sombria<br />esparramando espigas azuis sobre o campo.<br /><br />Inclinado nas tardes deito as minhas tristes redes<br />a esse mar que sacode os teus olhos oceânicos.<br /><br />Faço sinais de alerta sobre os teus olhos ausentes<br />que ondeiam como o mar na margem de um farol.<br /><br />Só guardas trevas, fêmea distante e minha<br />do teu olhar emerge às vezes a costa do espanto.
